sábado, 17 de dezembro de 2011

O óleo de argan e rápida resenha sobre a Restoroative Mask da Moroccanoil

Boa noite, inferno.

Quem é ligado em cosméticos para os cabelos com certeza já notou a nova mania do óleo de argan. Sobretudo depois do lançamento da tão queridinha marca Moroccanoil, da qual tratarei mais pra frente dessa postagem.


O óleo de argan já garantiu espaço na composição de diversos produtos. Conhecido como "ouro do Marrocos", o óleo é extraído e processado manualmente pelas mulheres da Cooperativa Targanine. Os frutos nascem entre julho e agosto, são colhidos e descascados para retirar a noz. Esta é esmagada até que se obtenha o líquido.

Quem tiver intenção de economizar e esmagar a semente em casa, vai precisar viajar até o Marrocos, pois curiosamente há uma grande incompatibilidade de solo da planta, de modo que ela só nasce em Essaouira, no sul do país africano.



80% da composição do óleo de argan são ácidos oleico e linoleico como o ômega 3, o ômega 6 e várias vitaminas. Possui também um alto poder de hidratação. Ele age sobretudo em cabelos secos e com pouca elasticidade, consegue penetrar com facilidade na fibra capilar e não pesa sobre os fios, além de ter propriedade hidrofóbicas, repelindo a água.

O tal óleo conseguiu ganhar ainda mais visibilidade após o lançamente da marca Morocannoil, uma linha de produtos para cabelos toda a base de óleo de argan, além de ser vegan e ecologicamente correta. Os shampoos da marca são livres de sulfato, ideal para cabelos coloridos, frágeis e cacheados. A marca está sendo cada vez mais conceituada no mercado internacional, sendo usada por diversas celebridades (como Angelina Jolie) e vendida a um preço muito pouco acessível, hehe.



A marca possuia duas máscaras, a Intense hydrating e a Restoroative, a primeira é hidratante, para cabelo secos, a segunda é reconstrutora para cabelos danificados. Contudo, recentemente a marca lançou uma nova máscara, a Weightless hydrating, para cabelos finos e ressecados.


Testei a Restoroative Mask... então vamos lá.


Bem, o cheiro é uma coisa do outro mundo. Tem um cheiro refinadíssimo, meio adocicado, mas não enjoento e que fica no cabelo. Impossível descrever, a sensação de cheirar moroccanoil é única. Não há nada que se compare.


A textura é terrível... parece uma espécie de pasta, muito consistente. Tão consistente que vc não consegue massagear no cabelo. Sério, é um ponto que a marca poderia dar uma melhorada. Máscara consistente não é sinônimo de máscara boa ou de concentração de ativos. Não é exatamente desembaraçante, nem prazeroso de passar no cabelo. O efeito desembaraçante é no enxágue.


Após 5 minuto, o tempo de ação da máscara (ponto positivo), o cabelo fica levíssimo, completamente realinhado, as pontas melhoram drasticamente, o cabelo fica com um brilho incrível e muito, mas muito macio e hidratado. Contudo, eu esperava mais do seu poder reconstrutor. Embora reconstrua, eu não senti aquele encorpamento típico da reconstrução, não senti os fios mais fortes com o passar das aplicações. Contudo o cabelo ficou muito macio, o efeito dura várias lavagens.


Ponto negativo - o preço. Eu achei e consegui calcular que custa em média R$200,00. Já achei por R$170,00 e por R$250,00. É questão de saber procurar pra conseguir um preço legal. Quem puder comprar no exterior, melhor anda.

A rendibilidade dela não é lá essas coisas, rende pq vc fica com pena de passar muito no cabelo, haha.

No quesito reconstrução, a Age Recharge ganha da Moroccanoil. Contudo a sensação que vc tem de passar Moroccanoil no cabelo é muito boa. O lado fútil da gente acaba gritando e vc quer que todo mundo sinta aquele cheiro delicioso que fica no seu cabelo... e de fato, é de chamar atenção o cheiro.



Enfim, a máscara é ótima, muito boa mesmo... mas não compensa o preço! Quem quer reconstruir o cabelo, vale mais a pena comprar a máscara k-pak da Joico que há 8 anos ganha o prêmio de melhor reconstrutor do mundo e é bem mais barata que a Moroccanoil.

Beijos e até a próxima.
XD

P.S. - Ah, fiquei super feliz de ver que chegamos à 1.000ª visualização com a 9ª postagem. Vou tentar me dedicar mais ao Blog.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Alisamento e bases químicas

Boa noite inferno! =D



Estive meio parado com o blog, mas me surpreendi ao ver o número de visualizações e achei que devi algo novo e elaborada aos leitores, leitoras e leiteros.

Estava com várias idéias de postagens, mas resolvi fazer o seguinte, vou começar pelo básico. Tive vontade de falar sobre escovas progressivas e inteligentes, desolorações, ativos de produtos químicos, etc. Mas resolvi fazer uma série de postagens explicando o básico e como tais químicas agem, dessa forma fica mais fácil falar de ativos, manutenção, tratamentos e novidades em postagens futuras.

Na postagem de hoje vou falar sobre alisamento.

Como todos sabem, ter cabelo liso é quase uma regra imposta. O bonito é o cabelo liso, certo? Errado! Sou fã incondicional de cachos e volume. Por outro lado a pessoa deve usar o cabelo como se sente melhor, seja liso, cacheado, ondulado ou careca. Enfim, não tô aqui pra falar sobre isso, mas sobre alisamento.

Quando se fala alisamento, se fala de ALISAMENTO DEFINITIVO, não entra aí escova progressiva-inteligente. No máximo se pode falar de escova definitiva, na qual se usa creme alisante, mas vou falar sobre ela em outra postagem.

Existem no mercado vários tipos de alisante, com o mais diversos ativos. Todos agem mais ou menos da mesma forma, quebrando ligações, amolecendo a queratina e permitindo que se molde o cabelo da maneira que você deseje - LISO. É, eles "permitem" que vc molde como você deseja, mas só é usado pra alisar, haha.

O alisante é usado basicamente no alisamento e no relaxamento. Enquanto alisamento alisa (OH!), o relaxamento apenas diminui o volume, abre cachos ou cria ondas largas. A diferença do processo está basicamente na técnica - o alisamento requer um penteado mais forte e maior pressão, enquannto o relaxamento é mais suave. O tempo de ação do produto também é diminuído pela metade. Vale lembrar que relaxamento e amaciamento é a MESMA COISA. Embora amaciamento seja um termo que tenha caído em desuso... talvez pq a última coisa que um creme alisante faça, seja deixar seu cabelo macio. Mas enfim... explicada a diferença entre as técnicas, vamos ao que interessa!

O modo como alisante age, depende da base química usada no produto. Podemos citar duas categorias: os alisanete a base de tioglicolato de amônia e alisantes a base de sair metálicos. Há também quem use uma receita de sabão com melancia pra alisar, rola aí na internet, mas é complexo demais pra mim.

O alisamento com tioglicolato de amônio é o mais usado, portanto vou começar por ele. Consiste numa mistura de ácido tioglicólico com hidróxido de amônia (quem diria?), proporciona um processo mais brando e menos agressivo que os produtos a base de sais metálicos.

Funciona da seguinte forma: aplica-se o produto com tioglicolato e dá uma pausa que vai de 10 a 45 min, dependendo da resistência do fio. O tempo é determinado no teste de mecha. Nessa pausa ocorre a quebra das pontes de cistina (são as ligações fortes do fio) entre as fibras do cabelo. Isso torna o cabelo mais maleável, permitindo que seja alisado. No processo de alisamento, deve-se ficar penteando o cabelo. Bom senso não mata ninguém - não fiquem penteando com o produto no cabelo o tempo inteiro, se o fizer é claro que o cabelo vai esmigalhar. Basta pentear quando aplicar o produto, mais um vez pra realinhar e depois ficar realinhando com a parte detrás do pente.

Após o alisamento, deve-se usar o neutralizante, que neutraliza a ação do produto, fixa a nova forma e ajuda a reconstruir as pontes que foram quebradas. Normalmente se usa peróxido de hidrogênio nesse produto, por isso ele quase sempre vai ter cheiro de água oxigenada.

Os alisante com sais metálicos se dividem ainda em duas categorias: os "com soda" e os "sem soda".

COM SODA - utilizam hidróxido de sódio (a queridinha soda cáustica) ou de potássio. Estas ainda se dividem em:
- de base: requerem que se aplique uma base de proteção no couro cabeludo antes do processo, pois possuem baixo teor de óleo e potencial irritante. Não é querendo assusta, mas causa queimaduras fortes devido ao ph muito elevado, hehe.
- sem base: devido ao alto teor de óleo, não se faz necessário aplicar a proteção no couro cabeludo.

SEM SODA - não apresentam as conhecidas sodas. Esta pode ser dividida em:
- sem mistura: utiliza normalmente hidróxido de lítio e também pode ser com ou sem base.
- com mistura: mistura-se uma base cremosa que contém hidróxido de cálcio e um ativador com carbonato de guanidina antes de se aplicar no cabelo. Também pode-se misturar iminouréia com hidróxido de magnésio. Quase sempre são formulados para uso sem base.

O alto ph do alisante a base de sais metálicos quebram as pontes iônicas (ligações médias), dando maleabilidade ao fio, permitindo o alisamento. Contudo, o ph muito alto quebra também as pontes de cistina, desse modo esse produto é bem mais agressivo. A neutralização restabelece o ph natural do cabelo, contudo reconstrói apenas as pontes iônicas e de forma ineficaz ainda por cima. Desse modo, nem todas as ligações médias são reconstruídas e as pontes de cistina ainda continuam quebradas.

O alisamento, dependendo do produto e da técnica, pode ser a química que mais agrida o cabelo. E não me refiro apenas aos sais metálicos.

O cabelo tem sua estrutura completamente modificada, é preciso  uma intensa reposição protéica. Não é só uma vez não, mas toda semana, senão é ir pra academia uma vez e achar que vai emagrecer. Se não for tratar, é melhor nem fazer o alisamento.

Existem produtos específicos para cabelo alisados, mas normalmente eles só acentuam o efeito liso, não são reconstrutores o suficiente. Obviamente, produtos a base de queratina sempre ajudam. O próprio Repositor de Massa Capilar e Queratina da Amend (o RMC azul) é uma ótima pedida. O fluído de reequilíbrio estrutural da Aquaflora e a máscara Nutrição Celular também são excelentes e com preços acessíveis. Mas se você for rica, usar o kit K-Pak da Joico ou a Age Recharge da Kerastase não leva ninguém pra o inferno! O mercado está atolado de bons produtos a preços medianos e até alguns que são baratinhos. Dá sim pra manter o cabelo saudável, eu passei metade da minha vida fazendo uma descoloração por semana e usando só produtos de perfumaria. Há pouco mais de um ano que comecei a investir em produtos profissionais, mas já usei muitos que não chegam aos pés da Amend e Acquaflora. A própria Absolut Repair foi dinheiro jogado no lixo. Até algumas receitas caseiras valem a pena. O importante é não descuidar do cabelo após o alisamento. Se sua intenção ao fazer a química era ficar bonita, vale lembrar que só vai funcionar se ficar tratando do fio.

Mas vamos deixar a manutenção para outra postagem.
Até a próxima.